sábado, 25 de janeiro de 2014

frágil carente, a falta olha ao entorno.
sem beleza, sem carícia, sem plenitude.
ainda falta ela nela.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Cheia em carangueijo

Extasiei.
Lua vi.
Não havia ainda esfera.
Apenas nuvens em luz.
Pintura com tintas de luz.
Ao esquerdo do recanto de lua escondida,
eram nuvens espelhadas por lago em céu,
era em forma de olho,
era o trazer de um novo olhar.
Esfera ainda não via.
Quando em meio a nuvens iluminadas num amarelo ouro,
uma ponta brilhava.
Brilho esse que não é figura de linguagem, metáfora ou exagero.
Via brilho. Como se o Sol estivesse adentrando em êxtase a escuridão.
Foi o presenciar de Sol em noite.
Foi o impressionar no mistério de uma arte sem artista humano.
Ali não seria possível distinguir arte e natureza.
Ali era a certeza de natureza e arte serem uma.
Ali outra certeza da necessidade de natureza.

Foi nessa distração em poesia,
que esfera começou a brotar.
Num início disforme.
Veio peito aberto e coração vibrando.
Veio lagrimar.
Só podem ser lágrimas de lua em câncer.
E no mesmo instante do fim desse poema,
esfera passa a se esconder noutra nuvem de cima.
Enquanto ficam raios nem de lua, mas de Sol ainda.

Que seja lua esse existir.
Um canalizar de Sol em meio ao escuro.