segunda-feira, 30 de abril de 2012

Graça

Nessa carona meu gelo vai até sua perna somente para dar um sinal de vida
Para existir um pouco em você
Sinto seus olhos que desviam do ponto desejado
Sinto suas mão chamando para o escondido
Sinto o tom mentiroso da sua voz que pede outra companhia
Mas gosto de sentir você
Nem sei o porque
Só sei querer você
Um pouco, muito ou nada
Mas você existe em mim

domingo, 29 de abril de 2012

Fendas

Nosso nó é desfeito e me desfaço olhando o branco concreto
Quero fugir para o sono profundo
Quero estar aí, saindo do vazio
Estagnação barata que me arrebenta

Os acertos do gorila nunca seriam fortes como gotas de água fugidas para a boca do outro
As danças com calcanhares cairão sobre as nuvens carregadas
As ruas vazias morando com gritos imprevisíveis

Mas as estrelas não me dizem nada
Usurpam a fenda terrestre

Peles vegetais

Nada se pode fazer já que o grito pobre me machuca pedindo comida
os jogos de braços e pernas são jogados nas terras que cobrem e adormecem o cheiro de sexo
Meus olhos são colocados nas frestas da paixão
Seu corpo lunar desce pelas plantações animais
Animais debruçam as peles molhadas umas nas outras
Boiam as vestes nas gargantes frias
Tremem os braços da agonia
Molham todo o corpo claro afogado em solidão
Solidão saudável
Solidão eterna
Solidão que guarda imãs
O apego vem a mim abrindo toda a energia das bolhas

E hoje os abrigos serão repletos de outros corpos
A propriedade é colocada em mim
Junta-se ao zoomorfismo cruel
Matando toda e qualquer fala que ultrapasse o instinto
Fala que vá ao consciente tremendamente burro

Barracas de mel sugam o chocolate escuro fechado
Minhas mãos buscam as velas que cheiram cor de banho
Meus plásticos vazam e jorram uvas
Meus pés pisam fazendo vinho bom para ser passado no seu corpo
Corpo belo
Corpo do homem animal
Corpo do animal homem
Corpo duro
Corpo bom
Corpo quente
Jogue esse corpo em qualquer canto, de qualquer modo, para que nele eu me encaixe

Acabado

Suas palavras chegam a entristecer minhas intenções
Não quero que um sumiço seja saudável
Não quero causar essa angústia
Meus pedidos de desculpas
A você que existe de maneira especial
Onde pouso minha amizade
Onde a amizade não tem chão

Buraco

Seu cheiro agora cobre as vestes destemidas que foram jogadas pelos cantos
Os esquecimentos molhados em saudade trazem a nova sensação fria e boa

Os dedos são dominados pela razão pobre

Sentimentos envolvidos em simples amizade sem mil caixas onde se guarda o platônico amor
Não vejo os pelos que cobrirão seu rosto
Mas coloco o rosto nas meras convenções e provocações

Meus sonhos trazem ciúmes
Meu apego me cobre numa concha burguesa
A apatia do ser medroso
Do ser orgulhoso
Ser que não se olha no espelho sensorial, espelho do prazer, espelho do amor, espelho da dor

E agora eu fecho suas asas, ainda com os pensamentos presos no desejo de desapego
E agora, refeita, quero que me olhe
Quero que consiga sair da sua mentirosa existência
Quanta superioridade do meu pobre ser dotado de julgamentos
Talvez você não suporte entender que já não é mais o mesmo
Que já não produz respirações ofegantes
Não perco os dias aguardando você

Mas ainda agarro com uma força tremendamente carinhosa o olhar simples e criativo
O olhar que jorra água nos meus
O olhar que é encharcado de grama
Molhado na dor gostosa e plastificada

Eu preciso de  mãos que me acariciem
Preciso de cabeças para morar nas minhas vontades

domingo, 22 de abril de 2012

Quem me diz o que é isso, o que sou eu, o que existe
As ordens das regras mortas querem me fazer viver
Mas eu só quero a poesia
Só quero um abraço
Só quero um corpo sincero
Só quero quem couber no meu querer
Não quero príncipes que caibam nos meus sonhos
Quero corpos que caibam na minha existência
Afinal, não somos feitos pra acabar?
Nosso corpo pede a dúvida
Pede o mistério
Não cabemos em nós mesmos
E somos pequenos para todo o nosso ser
Contradições farão dos meus olhares a verdade da alma

sábado, 21 de abril de 2012

Azulado ser

Eu
não
aguento
suas belezas superficiais que visam minha beleza  boceta.
Uso os argumentos do meu novo amor
para te olhar profundamente

Inteligente ser do muro indecifrável

Pneus

Vou colorir 
meus sonhos 
com as balas 
dos doces 
exagerados 
que me acomodam 
aos quilos 
de sociedade morta 
Mas nela 
você 
vai voltar a 
cair 
e desprezar 
a minha verdade.

Jaula

O que eu sinto?
Eu sinto que seres próximos ao meu eu simplesmente adormecem com olhos pesados.
Esses olhos sábios.
Meus colares da gloriosa canção
que se assemelham ao mundo que não pertence a esse mundo que me rodeia.
Percebo então que de água cheirada jorra a diferença assemelhada de todos os seres desprezíveis destes olhos pesados e mentirosos
Minha vida não é a jaula católica do pecado
Sou destes pingos de chuva fria e fina que chegam aos meus olhos e ventam os desejos de decepções das provas da representação no fim,
os seres egoístas querem só os aplausos.
Meu sofrimento diz ser triste
Diz ser crescimento
Na verdade, eu não gosto, eu desprezo essas palavras rancorosas que fingem buscar o prazer,
mas,
no fundo,
são a ilustração da negativa triste do não.

Esperas

Sinto a falta daquela barba mal feita tão gostosa
Da sua simplicidade tão sincera
Quero os pássaros do seu pensamento aqui comigo
Peço a voz da sua originalidade colada em meu ouvido, lambendo, com os dedos, os meus pés que chamam seu cheiro molhado e exercitado
Sua razão perplexa
Seu espanto mundano
Seu queixo lambido
Seus olhos leves respiram minha boca molhada
Meus cílios te atraem para a pureza dos abraços encaixados, sinceros e frequentes
Quero sua alma posta em palavras e pesando na areia da minha praia.

Ambas iras

A voz do violão
é tão bela

mas ainda aguarda
as tosses que sangram
chamando toda a atenção
para si.

Vozes desprezíveis

Clareie a fixação da sua voz concreta que dissipa as merdas que você acumula dese sempre, mas agora, sem mínimas distrações.
Estes olhos me dizem que suas chamadas são tempos da saudade.
O tempo, para mim, é e sempre foi tão diferenciado do seu.
Seus olhos são e sempre serão colocados no tesão da traição.
Enquanto que os meus são molhados de ingenuidade.
Uma ingenuidade que admira a beleza dos pensamentos mas cai na energia dos seus braços.
A moleza da sua existência é enfiada no mar, na aventura e no tesão,
mas você só busca as camas.
Seu egoísmo barato cansa minha boca que balança na vontade de você.
Vontade que é a semelhança do tempo
Vontade que nem sei se existe
Vontade que me diz ser minha fraqueza
A verdade é que aqui tudo é inventado.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Solos de vinho

Todos os olhos adormecem no fogo da sua barba magra
Suas uvas de prata inocentes distorcem meus braços e suores caídos nas postas do pés
Os cavanhaques da solidão balançam meu peito mole que jorra sangue pelos furos estreitos
No fundo da escuridão, eu saio repleta de dor e amor
Esperando as peles dos membros sexuais serem convocados pela musicalidade bonita do esverdeado mar dos seus olhos
Minha pele gosta do seu toque repleto de salpicão molhado todo sugado pelos olhos das palavras novamente mal resolvidas,
As danças populares me colocam nos mastros repletos de moedas que pedem amor, vida, respiração e verdade
Só quero aquilo que for verdadeiro
Eu só vou distribuir o que aqui tiver de mais sincero,
O que é inocente repleto de malícia
O que sente medo mas brinca de sexo perigoso
Na solidão, meus pés juntam-se urdindo tensões irrompíveis

Mormaço

O esplendor da aurora cobre meus olhos recheados de vinho seco
Cantando o ritmo dos telefonemas mal colocados eu sinto meus dedos cobrindo a bela sujeira do espaço
Minhas escápulas são afastadas e sentem o suor da coluna cintilante
Meu fingimento não é capaz de existir enquanto a solidão é o bocejo

Seus desejos reprimidos fazem da pobre menina, uma miséria de sinceridade
Suas vidas inteiramente acobertadas de falsidade
Irão apenas cheirar a fome da relação bem encaixada

Meus olhos descem nos braços mulatos onde minha boca passa num ritmo dionisíaco
Faltava a alegria de Assis para nosso sorriso criar a sinceridade infantil do prazer
Meu balanço mora na sensação prazerosa do fazer teatro


Mandando a brasa dos seus olhos que chegam com  o som da sedução

Nas bolas de verdes sonhos, seus olhos piscam lentamente
A paixão se vai com o caminhar das nuvens
A certeza do chorar volta aos meus olhos com gosto de cansaço
A monotonia refletida pela falta de você
A falta de você transformando todo e qualquer andar, comer e pensar
Seu cheiro chega em mim pela companhia residencial
Cheiro de corpo misturado com corpo
Cheiro de amor fino comido no alvorecer


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Permanente idiotice

Minhas pernas são acomodadas nas almofadas dos seus dedos que, dotado de ímpeto, aparecem cheirando timidez
A idiotice da jovem atriz dorme nos ombros largos e belos, ressaltando a clavícula beijada 
As escápulas se acomodam em bolas que tiram os nós doloridos da tensão reverberada

A solidão passa a substituir os garfos do pensamento questionador
Meus olhos te buscam nas nuvens que trocam de sexo
Quais desejos serão permanentes na sombra da paixão?
As tentações são agora acorrentadas pelos espirros 
Uma luz branca te coloca nos meus lábios lentamente
Sinto o cheiro da sua respiração quente
Acomodo meus órgãos mais valorizados com os teus
Amasso as moralidades encharcando-as com água limpa
Passo os olhos nos cabelos curtos unidos, pelas bocas, à pele barbada 
Arranco de mim o ego para acomodar-me no vão da solidão
Perco os grampos da agonia e jogo ao alto os fios sujos
As peles cheiram o contato
Cheiram o suor
Cheiram o mar
Cheiram o sexo

Seus olhos me chamam e jogam um mistério indecifrável nas vestes coloridas
Sua calma me acomoda em braços que cheiram azul
A saudade permanece atenta à sensibilidade e solidão
O reaparecimento azul-pavão acalma minha agonia
A existência passa a ficar construída
Os tijolos da sensibilidade passam a ser deixados para baixo, segurando toda e qualquer obra
Meu cheiro aparece nas suas palavras de cafajeste
Seus olhos se direcionam ao produto do meu eu
Sua vida permeada por produtos
Seu capital prevalecendo o caminho das suas mãos 
Provavelmente exista um pingo pelo menos de corpo sem merda
Corpo sensível
Corpo que me vê amorosamente
Corpo que sente saudade dos meus olhos além do meu cheiro
Este corpo talvez não exista
Talvez seja coisa de anos passados
Agora o que te resta é um filho, para que toda a merda se acumule neste seu ser todo moído

Apesar de toda a angústia, toda a falta e solidão, 
Sua existência permanente em mim faz com que aqui não prevaleçam sentimentos cobertos de ilusão
Sentimentos que me prenderão e mais uma vez farão o corpo arder pelas lágrimas escorridas.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Santo sono

Mofos chocam os batimentos de Guará.
Olhos pesam cheirando cultura popular.
Pescoços formam caixas elásticas que resistem o peso ocular.
Pratos de saúde pedem o sexo xerocado.
Interrogações dançam pelos olhos estudantis.
A poesia me acorda.
Terços se enrolam nas latas irmãs dos pés.
Mesas cobrem as mãos baixadas que acendem velas.
Os corpo lateralizados dormindo na frieza mental.
Graves críticos descobrem as pesquisas corporais adormecidas.
Ingleses dedos pulam na madeira negra.
Não encontro peixes nos sorrisos lacrimejados.
Alternativos circulares sorriem com gosto de uva cozida.
A Moris dance é pintada de folclore verde.
Guizos de bronze trazem notas em cada bola com a precisão afinada.
Agudos tons da monotonia tremendamente movimentada e enganada.
Polifonias balançam as unhas vocais determinadas.

domingo, 8 de abril de 2012

Parede

Me perco na iluminação 
desses olhos redondos 
que levemente descem 
com um charme único da união.
A franja corta 
sua testa cintilante.
A delicadeza carismática 
do seu pequeno nariz 
unindo-se ao sorriso amamentador 
dos olhos que brilham.

Contradição

Saio da liberdade em direção ao paraíso.
Peitos desfeitos nos arranjos florais orientais de um pobre desejo de transcendência.
Seus pensamentos iluminam a escuridão do sótão fechado.
Nossos levantamentos pintam sons do piano didático.
Nossas hipóteses acolhem gritos com cheiros dos simpáticos e desprezíveis interioranos tão atraentes.
Tudo se funde à contradição.
Nossas leituras acordam no escuro de palavras insensivelmente bem recebidas.

Desância

Espero que meus olhos sejam pretos o suficiente para as cordas do meu quadril não os domarem.
Imploro para que minha boca seja menor que meus pés.

Cicatrizes doídas no rosto da criança. 
Olhos tentando sugar o desconhecido Universo sofrido.

Quando fecho os olhos despensando e apensando o provável desejo levado pela ansiedade, abrem-se olhos e sorrisos inesperados como as portas de um trem após a parada seguida do bip.
Abre-se a realidade.
Talvez o que mova seja o pensamento despensado,
o desejo esquecido porém existente, 
permanente num canto qualquer do caminho chamado destino.

Transparência

Os pingos da verde água azulada caem nos atormentados cheiros.
Cheiros de cabelos bem cuidados
Cheiros de dinheiros despedaçados
O céu amarelo torcendo os olhos da beleza infinita
Jogo de luzes claras que reflete a transparência interior da existência.

Mas toda a beleza superior azulada é pisada pelos subterrâneos concretos dessa sociedade morte afundada em dinheiro e dita produtividade.

Pré

Seus olhos se acomodam na alcova do seu marido.
As peles antes tão encontradas, 
recebem o corte profundo da união eterna.
A intensa paixão faz um monstro crescer, 
amar 
e ser abandonado pelas coroas de espinhos chamadas ego.
Os potes de milho caem pelos porcos que intrigam minha mente constantemente balançada, 
onde voam, 
rodopiando, 
os mil pensamentos, 
imagens, 
desejos, 
desistências,
saudades, 
rostos, 
pelos, 
academicismos, 
libertações, 
anseios, 
angústias, 
mentiras sinceras 
e sobretudo a sede de sentir.

Meu queixo de desdobra apoiado na areia cinzenta e cristalina dos campos aguados, 
das peles úmidas 
e pescoços molhados.

Colchas da escola infantil cobrem os pés quentes da natureza quase morta.

Passagem à sala escura que intriga os pensamentos sartrianos.

Sede

O que a conquista da imoralidade tem em sua garganta que não solta sua voz livre e por vezes rouca?
O timbre com gosto de olhos claros desaparece em meio a banheiros litorâneos.
O abraço contaminou a pele que sangra com um lacre dolorido por entre o dourado rico da vagina.
Inconsequentes gestos divagam pelas costas do inexistente ser.
A extroversão dos meus braços acolhem mais uma carência destemida que agora não chora, não ri, não cala, não se intensifica.
O vazio nos invade e traz uma multidão de ausências.
Calos dos pés amargos revelam a pureza do meu corpo. 
A negritude dos seus olhos permeiam as luzes dos textos existencialistas.
De você, a escuridão.

Uma lágrima que se afunda nas correntes cerebrais.

O pobre teatrinho amanhece meu medo de viver.
As danças congeladas numa infância dolorida
Meu peito chama pela movimentação que, um dia, foi minha
Minha voz se cala com a monotonia do colchão velho.
E mais uma vez, para trás fica a sede de sentir.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Calos da memória que poderiam refrescar minha sede do cansativo desejo desprezado
As contas das terapias pagam ao seu ser o valor da honestidade
Com jogos de amor e olhos de desejo festejo o sal caído das palavras doces
Os sorrisos fechados calando a sede da saliva
Os carinhos peludos nas peles cheias
As coxas altas da sagração da primavera

segunda-feira, 2 de abril de 2012

noia da fome

As costelas se rasgam enquanto espirro 
Jogo o meu paladar nas mãos azuis do seu carinho
Acolho com risadas os objetos perecíveis
Amanheço com o cheiro de cebola enfiado nas unhas
Corto o cacto com os dentes afiados
Subo numa árvore acolhendo a infância reprimida
Sorrio com a sinceridade de um peito respirado
Lágrimas saem lentamente enquanto ouço o violoncelo dessa bela expressiva
No escuro viajamos pelas cordas da sensibilidade
Minhas costas dançam à medida que a música se acalma
Meus movimentos sutis respiratórios transitam entre lágrimas e sorrisos
Seus pianos se escondem por de baixo das pernas de cobras e críticas
Os estudos descobrem a garganta do beijo sincero
A sinceridade busca meu desejo
A solidão transita entre mim e eu
Deito no escuro e chupo-o
O escuro é tudo o que tenho 
Baixos tons chocam os clarinetes
As cadeiras de um amor nunca terão a força de um abraço tão simples, tão morto
A graça das nádegas aparecidas sob calças arrombadas
Viro para um olhar de paixões encantadoramente esquecidas
Paixões iludidas
Versos de paixões
Época do vermelho tomando conta das vértebras ocas
O beijo dilacera um rebanho de porcos
A amamentação adormece no peito de um gorila tremendamente triste
Cachos de graciosas penas fogem de uma ameaça incontestável
Regras desregradas dos objetos teatrais
Objetos inconstantemente poderosos perante o humano
Fogo repleto de gelo ao redor das vestes podres de uma adormecida e roxa mulher
A violência me encontra em rabos
Meus ossos são expostos com o charme da timidez

domingo, 1 de abril de 2012

cadeira distante

As cadeias da alma chegam a todo momento em qualquer ser
Meu peito chora no aperto de um fundo que choca no amor à vida
As roupas que se fodam ao lado da pulsação do céu
Meus joelhos nunca irão cobrir essas merdas acumuladas pelos ditos adultos
Maturidade de merda que vai cobrir todo o poder existencial
O escuro adormece na maturidade tremendamente temerosa
A organização nunca seria tão bela como a respiração e um olhar amoroso ao céu
Eu sou uma gota d´água no deserto cheiro de secura morta
Sou uma vontade de amar o inesperado
Vejo uma forma de colo sendo ligada ao meu molho de chaves
Ouço meu eu sendo metaforiado nessas palavras tristes
Não irei ao cu quando quero uma gota de amor
Dormirei na solidão bagunçada do meu eu
Corroerei meu físico ser aparentemente passível, inativo e quieto
Quieto para a podridão desses padrões
Para palavras que apenas tocam numa bacia de água onde quero jogar minha cabeça e molhar todo meu cabelo com essa falta de alguém
Não derrubarei lágrimas por peitos ocos
A vida não pode sucumbir no torniquete da consciência
A vida explode sempre no mais além