Desperdicei versos em telefonemas de monotonia
Calei minha poesia nas águas do rancor
Viciei meu cansaço nas noites não dormidas
Ceguei minha pele na bagunça da minha vida
Cantei incômodos sangrando a valorização dionisíaca
Escravizei meu espírito só pagando com ansiedades frustrantes
Não acolhi minha força nos ossos da condução
Onde estive correndo no amor, a desorganização nadava em mim
Adormeci num pau eterno de Electra
Colori minha sexualidade com Édipo
Em degrade fiz o meu desejo pluricelular
Expulsei o amor de mim e distribui beijos
Mantive olhares fixos na vontade exótica de seus cabelos
Por onde eu ia secar minha faringe, um corredor de línguas me puxou
Seria sua se não fosse do mundo
Quero seus olhos enquanto a introdução extasie nosso amor
Em você minha mente pousa
Quero você em mim, nos quero ardendo em amores livres
Provaria só de você se nossos pelos trançarem tanta pulsação
Hoje apenas abro meu ser sorrindo lentamente ao ler seus poemas
Voando eu vou pescar aquilo que acariciar meu rosto com a suavidade de um olhar verdadeiro
Banho minha imaginação numa faca florida em vestido de menina
Construo uma paixão platônica pela doce flor de cabelos caídos
Flor com vestido azul dançando pontos de tempo ao amar Caetano
Sorrio àquela moça em minha imaginação de Gal
Faço do timbre de Zélia o meu platônico pela moça flor
Da memória uso a atração que um dia pousou em mim
"Eu me aposentei dessa vida e dirijo empresa de sonhos"
Invento traições
jogo com a heterossexualidade
beijo a perdição
Pauso a escrita e ouço o gosto do sorriso lacrimejante do mundo