Que a profundidade
do choro
seja a mesma
do riso
Tanto quanto a possibilidade
do nada
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
Insisto
Quanta insistência e demência
Num instante me envergonha
Noutro alivia
Insisto insisto insisto
sinto o gosto
preciso engolir
já não basta a degustação
Num instante me envergonha
Noutro alivia
Insisto insisto insisto
sinto o gosto
preciso engolir
já não basta a degustação
Obstinação
A vontade é gritar
Te sacudir
Enfiar meu amor no seu
Quem me amarrou assim?
Será mesmo só eu?
Ando sendo filha da obstinação.
Te sacudir
Enfiar meu amor no seu
Quem me amarrou assim?
Será mesmo só eu?
Ando sendo filha da obstinação.
Visualizada
Queria invadir seu silêncio
Colocar saudades suas nele
E transformá-lo em um aviso de encontro
Enquanto isso
Nem sei se rezo ou se te esqueço
Colocar saudades suas nele
E transformá-lo em um aviso de encontro
Enquanto isso
Nem sei se rezo ou se te esqueço
terça-feira, 27 de agosto de 2013
domingo, 25 de agosto de 2013
Fusão
E se ainda for solidão,
que se tente as altas temperaturas do fogo
para fusão.
Que em água
nada de tão sólido ainda reste.
Que em água
nade em vão sólido que ainda resta.
que se tente as altas temperaturas do fogo
para fusão.
Que em água
nada de tão sólido ainda reste.
Que em água
nade em vão sólido que ainda resta.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
peço
e se ainda couber fé,
fé.
se eu ainda aguentar a verdade,
a verdade.
se existir só aqui,
ficar só aqui.
fé.
se eu ainda aguentar a verdade,
a verdade.
se existir só aqui,
ficar só aqui.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Sopro de sangue
Como líquido de ode
Sangue escorre
Pelas minhas pernas faz pintura
Vermelho brincando de ser veia pintada
Brotando desse nosso entre
Todo gozo que for pétala
Todo respiro teu sendo acalento
Engulo esse teu ar
Lacrimejando tua beleza
Sangue escorre
Pelas minhas pernas faz pintura
Vermelho brincando de ser veia pintada
Brotando desse nosso entre
Todo gozo que for pétala
Todo respiro teu sendo acalento
Engulo esse teu ar
Lacrimejando tua beleza
Só flor
Se pudesse universo respirar só íntimo e só beleza
Faria de nós sós
Para então adentrarmos flor
Flor
só
flor
Faria de nós sós
Para então adentrarmos flor
Flor
só
flor
Desaniversário
Idade passa
Eu fica.
Eu fica só com flor.
Fazendo então brotar amor.
É no miolo que toco o pólen do meu ser
Pólen essência solidão
Nessa solidão onde mora amor
Só dessa solidão brota amor.
Fico só
Só e flor
Adentro flor e descubro amor
Em mim e só
É só que vou
Num fundo só
Só tão só
Que de tão só
Choro e rio num só tempo
Esse tempo de me amar
Para então verdadeirar qualquer instante
Qualquer
É do fundo daqui
Algum verdadeirar
Então hoje solto
Hoje solto-os
Hoje não escrevei a ele
Hoje não quererei ele
Hoje sei só do só
E da flor
Como se pudéssemos marcar no íntimo o fim do velho
Aquele mesmo me adentra
Como se cravando no íntimo o novo
O virar do ciclo
Todo beleza e todo poesia
Cabelos de sopro e melodia
Ele vem de novo
Eu fica.
Eu fica só com flor.
Fazendo então brotar amor.
É no miolo que toco o pólen do meu ser
Pólen essência solidão
Nessa solidão onde mora amor
Só dessa solidão brota amor.
Fico só
Só e flor
Adentro flor e descubro amor
Em mim e só
É só que vou
Num fundo só
Só tão só
Que de tão só
Choro e rio num só tempo
Esse tempo de me amar
Para então verdadeirar qualquer instante
Qualquer
É do fundo daqui
Algum verdadeirar
Então hoje solto
Hoje solto-os
Hoje não escrevei a ele
Hoje não quererei ele
Hoje sei só do só
E da flor
Como se pudéssemos marcar no íntimo o fim do velho
Aquele mesmo me adentra
Como se cravando no íntimo o novo
O virar do ciclo
Todo beleza e todo poesia
Cabelos de sopro e melodia
Ele vem de novo
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Desequilibra
E faz desse chão e dessa terra
os mesmos galhos daquela árvore
que o pássaro branco se apóia.
Vento bate e desequilíbrio vem.
Pássaro lembra que vive,
então esse desequilíbrio curte,
levanta asas,
volta asas,
segura-se.
Pássaro lembra que vive,
então desse desequilíbrio,
voa.
os mesmos galhos daquela árvore
que o pássaro branco se apóia.
Vento bate e desequilíbrio vem.
Pássaro lembra que vive,
então esse desequilíbrio curte,
levanta asas,
volta asas,
segura-se.
Pássaro lembra que vive,
então desse desequilíbrio,
voa.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Janelas da alma
É nesse silêncio que aprendo a ver
Que faço desses olhos todo corpo
Que faço desse corpo todo olhos
Por eles passam
Passam, só passam
Deixo entrar
E já entro no mundo
Que faço desses olhos todo corpo
Que faço desse corpo todo olhos
Por eles passam
Passam, só passam
Deixo entrar
E já entro no mundo
domingo, 11 de agosto de 2013
Exo
Elas, mulheres trabalhadoras da Santa Cecília,
uma vende frutas, outra, meias.
Elas, as duas,queriam ter estudado.
Estudado.
No EJA, a mulher volta a estudar porque morreu marido.
Estudar.
É só isso,
só nisso a complexidade dos seres me olha.
Só.
Olha fundo nos olhos.
uma vende frutas, outra, meias.
Elas, as duas,queriam ter estudado.
Estudado.
No EJA, a mulher volta a estudar porque morreu marido.
Estudar.
É só isso,
só nisso a complexidade dos seres me olha.
Só.
Olha fundo nos olhos.
Transborda
Contorna as costas alguma sensibilidade do que é o mundo.
Desses tantos estares,
tantos seres que são um,
entre si tão, tão diversos.
E complexo.
Exo.
Exo.
Escrevo por não mais cabem em mim.
Chega um instante em que não cabe só em mim.
Precisa sair.
É o instante em que a lágrima sai.
É o instante em que preciso escrever.
Pra então respirar com a poesia que sai,
quando sai de mim por tanto ter entrado.
Então devolvo essa intensidade pro mundo.
Desses tantos estares,
tantos seres que são um,
entre si tão, tão diversos.
E complexo.
Exo.
Exo.
Escrevo por não mais cabem em mim.
Chega um instante em que não cabe só em mim.
Precisa sair.
É o instante em que a lágrima sai.
É o instante em que preciso escrever.
Pra então respirar com a poesia que sai,
quando sai de mim por tanto ter entrado.
Então devolvo essa intensidade pro mundo.
entre-vista-r
Agonia numa vista
querendo entrar em vista de alguém.
Até querer entrar
em tantos ou em poucos.
Visto outra vista
mas ainda não é esta vista
que quer entrar em minha boca.
Receio essa.
Corro pra outra
e outra
e outra.
E abre pra entrar e ser entrada.
Até vicia querer entrar nas vistas.
Perfis, valores, amores.
Querem até morrer igual.
Mas nada como tal.
É diverso, diverso, diverso.
Ser humano, ô bicho maluco.
Sendo por aí o que a existência tem de louco.
O que a mortevida tem de
querendo entrar em vista de alguém.
Até querer entrar
em tantos ou em poucos.
Visto outra vista
mas ainda não é esta vista
que quer entrar em minha boca.
Receio essa.
Corro pra outra
e outra
e outra.
E abre pra entrar e ser entrada.
Até vicia querer entrar nas vistas.
Perfis, valores, amores.
Querem até morrer igual.
Mas nada como tal.
É diverso, diverso, diverso.
Ser humano, ô bicho maluco.
Sendo por aí o que a existência tem de louco.
O que a mortevida tem de
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Só
Colhe
Exaspera
Chora
Acalenta o ritmo
Obedece o lento
Desafoga o medo
Queima a paixão
Encara o real
Esqueça-os
Firme-se
Força.
Durma
Só durma
Talvez sonhe
Durma
Esquece a dor
Esquece a descrença
E se solte em só
Em só
Só
Só
Exaspera
Chora
Acalenta o ritmo
Obedece o lento
Desafoga o medo
Queima a paixão
Encara o real
Esqueça-os
Firme-se
Força.
Durma
Só durma
Talvez sonhe
Durma
Esquece a dor
Esquece a descrença
E se solte em só
Em só
Só
Só
Indo
vou calar os pensamentos
e só deixar estar
vou sentir a voz que me guia
colorir no tom desse amor
e só deixar estar
vou sentir a voz que me guia
colorir no tom desse amor
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Cara valente
Hoje eu rio
Rio depois de voltar do rio
Rio ao ouvir cara valente
Rio dessa sua cara
De tão bonita que é
Esse sorrisão aí que muitas vezes se esconde
Esses olhos aí que muitas vezes caem
Deixa de ser bonito!
Ô bicho bonito!
Fico rindo dessa minha paixãozinha
Olhos brilham ao lembrar dele dormindo
Chega de ser bonito, bicho, chega!
Onde vejo tanta beleza?
É no mistério dele?
É no negar dele?
É no rejeitar dele?
É na liberdade dele?
Deve ser.
É na liberdade dele.
Ele não é de nada.
Rio depois de voltar do rio
Rio ao ouvir cara valente
Rio dessa sua cara
De tão bonita que é
Esse sorrisão aí que muitas vezes se esconde
Esses olhos aí que muitas vezes caem
Deixa de ser bonito!
Ô bicho bonito!
Fico rindo dessa minha paixãozinha
Olhos brilham ao lembrar dele dormindo
Chega de ser bonito, bicho, chega!
Onde vejo tanta beleza?
É no mistério dele?
É no negar dele?
É no rejeitar dele?
É na liberdade dele?
Deve ser.
É na liberdade dele.
Ele não é de nada.
Horação
Às vezes a vontade é dormir e só.
Esquecer tudo.
Descansar.
Ficar em paz.
Barriga dói.
Estômago,
em baixo do estômago
e mais abaixo ainda,
como cólica.
Parece bem fundo.
Às vezes movimentos, movimentos.
É, tá só em mim.
Eusimeusimeusimeu preciso ser forte.
Eu pedi.
Eu pedi ao Universo o Universo,
a luz,
a profundidade da existência,
Mas, calma.
Mais calma.
Quanta arrogância nesse coração,
mesquinha que sou.
auptelinzzvumtuniotausiitaustasfundtaustaustaustausd.
Cada pedaço desse meu lado de negação
vai doendo ao se afrouxar bem devagar.
Vai doendo mas é pra aceitar.
O passado lá ficou.
Encara.
É horação,
hora de ação.
Desconfio desse choro,
desconfio dessa dor.
Desconfio.
Alinho a coluna pra pelo menos isso me firmar.
Como menos.
Rejeito carne.
E o sexo ainda tormenta.
Ainda em sonho
sua mensagem vem negando sua presença
ou aliviando saudade do seu corpo, do seu cheiro, do seu.
É preciso me deixar você ser seu.
Ainda.
Um vômito que aponta,
um cagar que finalmente vai.
Esquecer tudo.
Descansar.
Ficar em paz.
Barriga dói.
Estômago,
em baixo do estômago
e mais abaixo ainda,
como cólica.
Parece bem fundo.
Às vezes movimentos, movimentos.
É, tá só em mim.
Eusimeusimeusimeu preciso ser forte.
Eu pedi.
Eu pedi ao Universo o Universo,
a luz,
a profundidade da existência,
Mas, calma.
Mais calma.
Quanta arrogância nesse coração,
mesquinha que sou.
auptelinzzvumtuniotausiitaustasfundtaustaustaustausd.
Cada pedaço desse meu lado de negação
vai doendo ao se afrouxar bem devagar.
Vai doendo mas é pra aceitar.
O passado lá ficou.
Encara.
É horação,
hora de ação.
Desconfio desse choro,
desconfio dessa dor.
Desconfio.
Alinho a coluna pra pelo menos isso me firmar.
Como menos.
Rejeito carne.
E o sexo ainda tormenta.
Ainda em sonho
sua mensagem vem negando sua presença
ou aliviando saudade do seu corpo, do seu cheiro, do seu.
É preciso me deixar você ser seu.
Ainda.
Um vômito que aponta,
um cagar que finalmente vai.
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