segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

rios em três cursos

Como te amo poesia!
misturando sensações das cores mais amorosas dos que tingem os cérebros respirados por desejos momentâneos ou vontades eternas
as pálpebras de uma escrita automática amando a paz do surrealismo
o amor às divindades existidas somente por mim
ou por nós
não por aqueles cegos ao ar que corre de mim ao resto e do resto à ti
Oswald como te amo
céus descobertos por vidros entrelaçados nos dedos daquela nuvem que ressalta o brilho da tão bela lua
os pés vão sujando-se de amor e suor do esforço físico, mental e espiritual
as curiosidades brotam da sujeiras dos meus pés
das energias saltando da pele macia e enxarcada de suor
suor meu e seu que foi limpando o chão dos dedos colocados na boca administrando nela o fedor da respiração e os rolamentos do ar
as luzes buscadas por fios de cabelo pairam numa suposta loucura
maravilhosas sensações nas manhãs de uma iniciação à arte
saindo modificada e acrescentada a cada dia
OBRIGADA AO AR!
e jogadas sobre mim gotas de água refrescantes que deliram meus sorrisos e ressaltam o poder da simplicidade
seguindo a estrela do saber, entender, viver e respirar arte
no local do loucal exercício mudo e compatível a tudo o que se vê, percebe e respira
articulando bolas nos meios das pernas ao sentir como o poder ali se encontra, esse poder da movimentação, do massagear todo o corpo através de só um espaço ali, articulado
vou sentir o máximo que inexistir nesse ar, nessas bocas que expiram sons doces e sábios
ao escurecer mergulho-me na deliciosa água do surreal, do amor, da liberdade e da tão amada poesia
minha oração, meu eu, meu olhar, meu sentir, meu existir, 
poesia.
sem pecados, sugo tudo o que estiver inalcançável, para engolir e isabellafagia existir
fagia minhas salivas que exaltam o poder do sabor

Sangue penoso

Alguma coisa sempre acontece no meu coração ao cruzar ali com aqui, agora que existe a sua mais completa tradução, a cidade diz quem sou eu ao pé dos ouvidos e discussões, num momento tão cabível, a tradução me chama de 
ovelha negra da família

Ah família, como a amo
Mas como sinto certa pena
Como amo ser a ovelha negra
Como amo ser assim tão diferentes, diferente dessa medo de viver, diferente dessa vergonha de mostrar o interior, diferente do incômodo por cantorias, diferente das vozes baixas, das camisas passadas, dos eus escondidos, das palavras medidas, dos nervosismos transbordados se opondo às suas roupas tão repletas de status, de linda aparência, de futilidade, e surge então a contradição...
Ouço do mesmo sangue palavras que me julgam sem personalidade
Sem personalidade por mudar tanto, por me transformar em cada lugar que passo, que vivo, que absorvo o ar
Vida é mudança
Eu vivo, eu mudo, eu me transformo
Sinto pena por sua personalidade ser assim tão forte, e assim tão fechada ao novo, tão intransigente
Sinto pena dessa pequena tão rica interiormente estar sendo tomada pelo desejo de riqueza exterior exacerbada, de luxos e lisos
Sinto pena dessa vergonha de se expor
Sinto pena até de mim mesma por estar assim sentindo tanta pena de meu sangue
E principalmente de mim, por julgar a pretice da ovelha como boa

E maior que isso, o meu amor
Minha saudade
Uma saudade que existindo, é tão boa
Que sobressai o convívio na escola das boas sensações

Mais calma, mais amor, mais demonstração de amor, mais paciência, menos vergonha, mais abertura de pensamento, menos julgamentos, menos repressões, mais sorrisos, menos ostentação,
desejo do fundo do meu eu,
desejo do meu sangue para o meu sangue fora de mim, o que vive e corre aí, em vocês, 
ovelhas brancas...

desprendimento do covarde

Falta ao meu dia apenas meu alimento chamado poesia
Sensações tão belas e delirantes que voam contra insatisfações ingratas com essa senhora tão bela, simpática e às vezes cruel, a vida
Em violões meus ouvidos debruçam tão rapidamente como meus sorriso aos carinhos, às mãos entrelaçadas nos cabelos, ou acobertando um rosto talvez simétrico onde brotam as mais assimétricas recordações de emoções, exaltando com sorrisos e objetos da fugitiva atenção
O medo do julgamento, os decifrados psicológicos
A covardia de homens descobrindo as meninas em si
Os conceitos aqui formados de feminino e covarde
A crueldade brota nessa ideia provida de masculinidade forte
Grandes conceitos, pequenas realidades
Julgamentos 
Raivas
Descontroles
Ou apenas fugas
Fuga
A fuga puxada pela carência de visões periféricas 
A vivência do eu com eu assumindo corpo
O interesse pela vida voltando a brotar nos olhos de encantamento, nos olhos inocentes, nos olhos de infância, olhos maravilhados,
olhos de ver a vida

sábado, 28 de janeiro de 2012

letras vagas

Matagais do desespero fogem dos monges e ingressados que rondam as tropas 
Milhares e únicos galhos voam pelos braços de um jeito morto e sereno
Os perfis rosados e platônicos borbulham as facetas dos olhares maiores à ruas e sons conhecidos
Cantos vindos de uma pupila lacrimejada
Esperanças iludidas 
Realidades irreais
Perde-se o frescor do espontâneo
Vagam pelos fones os pães matinais da consistência humana
A consciente chamada para rodados pés
Rodadas bocas correm pelos vastos campos de mares 
Botões verdes chamam os olhares que se rebaixam sob o orgulho
A valorização do eu perante ignorantes costas
Insatisfação de expectativas decepcionadas pelo fogo dos plásticos envoltos em olhos

Letras mortas, vago pensamento, vaga razão, vaga emoção
Sons correm sobre os fios superiores 
Confusões mal conhecidas retratando a falsidade de altas e magras garotas
O medo sobrepondo os empenhos

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Bem querer

Então é isso aí?
Como a gente achou que ia ser?
Não achamos nada
Então percebo que a agressividade, a raiva, a irritação trazem o esquecimento, o desprendimento, acaba com a necessidade incessante
E depois vem isso, vem a saudade, a nostalgia, a amizade, o bem querer
É, volto ao pavão
Protejo seu nome em um codinome pavão
Sinto vontade da sua respiração
Uma vontade tão sutil, tão diferente da anterior
É apenas uma lembrança
Um bem querer
Será que será isso mesmo?
Nunca mais um único beijo, um único toque?
Não, também não serão vidas juntas, e longe de querer tal situação
Mas apenas aquele carnal entre nós
E nossa amizade para trazer o sorriso aos nossos cérebros
E a simples calma à nossa pele, nosso corpo

Eu precisava era de tempo
Tempo de desprendimento

Você mudou meu interior
Você mudou meu olhar
Você mudou meu corpo
Você mudou meus sentimentos
Você mudou meu mundo
Você mudou algumas opiniões
Você me fortaleceu apesar de tudo
E como você me ensinou
Me ensinou com palavras, mas principalmente com ações, me ensinou trazendo o sofrimento, a loucura, a falta, a maior sensibilidade
Apesar de todos os seus defeitos enormes
Eu me lembrarei daqueles choros tão dignos de novela mexicana, tão fortes, me lembrarei das discussões, me lembrarei das risadas, me lembrarei das chuvas, me lembrarei dos beijos, me lembrarei dos abraços, me lembrarei dos closers, me lembrarei do quanto é filho da puta, da sua safadeza, da suas sinceras mentiras, e te agradecerei muito...
Te desejarei tanto o bem, uma pequena arrumação na sua vida, apenas a necessária, a que te faça mais feliz, que você se liberte de sua covardia, que você seja cada vez mais feliz...
Que sua força transborde para dentro, tornando-o interiormente forte, mais, não só positivo, não só tão assim, bom como pensa ser, mas melhor, melhor, melhor
E engula um pouco de humildade para tornar-se melhor
Ah como eu gosto de você
Hoje eu digo que sim, eu gosto muito de você, eu amo você
E não se assuste com tais palavras, são apenas um bem querer
São meus sentimentos não mais presos a uma necessidade, ou um desejo enorme, mas sentimentos que se desprenderam, se prenderam em outro canto, e agora sim, se libertam de qualquer amarra, por enquanto.
Mas talvez estejam prontas para mais experiências, ao amor, aquele que você diz, aquele que poderei dizer "te amo".
Ou talvez nunca esteja
Ou talvez sempre estivesse

Esteja bem, eu levo você comigo sempre.
A cada chuva.

Transição

Pode ser tudo aquilo que parece ser
Voando pela vida com a desilusão de macarrões chupados até o último molho
Transfiguram imagens verdes de pedófilos em tardes
É só o atraído, que fareja minha juventude
A repugnância fingida em palavras simpáticas e distanciadas
A falsidade de horários
As andanças pobres
As andanças preocupadas
A sede de aprendizado
O calor das guias sonolentas de braços leves
Os cheiros de cabeças molhadas em lençóis dos amantes
As madrugadas tão amadas
O cansaço tão intenso
A satisfação por purpurinas coladas que vão das minhas pernas à sua boca bolada
Às suas idiotices e pensamentos tão interessantes
E aproximados
Os olhares percebidos
As confusões de nomes
Os tormentos dos pensamentos
Uma amizade iniciada totalmente suada e movida à risada e interesses em comum, aos objetivos traçados

Você pode dizer, eu sei que a verdade é seu dom de iludir

Por toda a minha vida respirarei e buscarei a pureza de receber, sugar, comer, engolir e cagar aquilo que de ti vier
Que saia de mim, transformada por mim, tu comigo e eu contigo, unir o exterior ao tão interno eu
O tão misterioso eu, 
o tudo e nada eu
Profundo
Vazio
Enérgico
Carente
Desolado
Alegre
Idiota
Sensível
Egoísta
Intenso
Preguiçoso
Hipócrita
Dançante
Expressivo
Ignorante
Pequeno
Sensações repentinas de desejos cruzados iniciados em olhares cruzados. As cordas da memória prendem o pensamentos pedindo mais, ignorando aqueles gestos de quem ignorava quando antes desejava. Seu pequeno monte de amor foi rebaixado, e eu só te digo: perdoa-me por me deixares, talvez traíres, mas principalmente por não servir a você. Se você é ou pode ser o que eu preciso, quero e gosto, eu não sou o mínimo disso para você; Se debruce nos braços e pernas desse alguém realmente encantador e brilhante, realmente tem mais a ver com você. Que se foda nossa efêmera paixão, restou a saudade dos seus olhos, e dos seus toques, mesmo não me querendo, invade-me essa indizível sensação. Pelo menos lembre-se, um pouco que seja, da minha existência, não me ignores assim, isso é covardia, é coisa de pavão, de pavão, coisa de se apaixonar, coisa de me fazer chorar.
Mas eu acho que entendo os recados desses seus silêncios
Suas ações sinceras poderiam ter sido acompanhadas de palavras sinceras
Obrigada por ter passado, por te me ajudado apesar de tudo

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

MONOTONIA PEDE DESTRUIÇÃO

Inexplicáveis paixões efêmeras
Quanto maior a intensidade, maior a efemeridade
Falta conhecer o amor da paixão, ou a paixão do amor
Da sinceridade das palavras, dos encontros, das ações e do ar que corre de um para outro
Da brisa que chega aos ouvidos repletos de olhares contidos em buracos sensíveis
Do poder de um movimento exacerbado de compreensão e abertura ao novo
As pernas rondando os ares da arte e respirações da vida
Os sentidos aflorados buscando as garras de um pato pisante tão constante num firmamento de físicos propagadores de seres vivos e sentidos, de seres contraditórios, seres nada mais que humanos
E muito mais que humanos, são seres pensantes e desprovidos das razões e conceitos que prendem o frescor da poesia e dos sentimentos livres, libertos e exteriorizados
Imaginação levando ao clarão dos olhos interiores
Imagens buscadas na memória
Busca simples e desprovida de qualquer intenção fortemente construída
Busca ao acaso
Busca por acaso

Traições de bocas em seios pequenos
Coloridos mundos pairando nos pés rodeados de mãos que contorcem os bolos firmes e enraizantes
Analíticos toques sonhadores
Tristezas das carências de porquês
Paralisia da ativa força visceral
Desejos sucumbidos à loucura do viver
Mortes de anjos dançantes pairando no ar
A dança montada na necessidade
Sentindo meu corpo necessitando do movimento
Debruço os olhos no cérebro e descanso as tíbias, fíbulas e sartórios tão anteriormente sofridos
Cutuco os ossos dos pés que pedem a volta da tensão
Biografo os poderes dos sonhos
Jogo ao lado o museu de grandes novidades
Apanho o futuro já existente e mal conhecido
Afogo a pequenez de meu corpo nas dúvidas e solidão do meu eu
Personalizo os não saberes em enérgicos movimentos e expressivos olhares

domingo, 22 de janeiro de 2012

com notas tardias

Deixa eu gostar de você?
Não podendo mais comparecer aos pequenos e desabados recados de atores criativos, sinceros, espontâneos e vivos, não podendo mais dividir e sintonizar os cabos de pequena águas brotando em olhares, para apenas cobri-los com a mais nobre sinceridade
E de lealdade eu quero me mergulhar, mas poderia haver ao menos palavras, vozes ou silêncios, mas que sejam silêncio esclarecedores
Na incapacidade, inferioridade e ignorância, sorrirei ao que for para agora vir, levando os ventos das suas marcas psicológicas na memória

Na vadiagem de uma água seca e florida pelos companheiros das florestas gargalhadas pelos rios e assovios murmurados por olhos brincando com os galhos dos fios de uma necessidade expressiva e loira onde sorrisos deliram nos desejos de anéis e cus tatuados em variadas e motivadas partes do corpo bonito, corpo.

Tensão de uma flutuação protegida por cópias ou ao menos inspirações que desejam provar do mesmo, e ver como o oposto ao oposto é bom, amar a semelhança, curtir o igual, comparecer ao seu
Arrepios de bolhas sangrando a espinhos fúteis e delirantes telefonadas ao pobre e cubano mendigo.

corte em boca gelada

Em chãos de cozinhas
as confusões de nomes das tentativas risonhas mordidas no peito do gelo tremendo e amoroso onde a paixão 
a ceder intensificação
mostra a pureza do que só há de menos puro e mais pornográfico da deliciosa dor da vida 
onde o mar reflete o pensamento de bocas não caladas
 já que a poesia é o que mais importa!

(por quase duas cabeças, dois corpos, duas sensações)

esfumaçadas palavras

Política é a porra que pode fazer que o pouco e o pobre modifique o seu paladar de visão que encarrega o mais puro cortesão da boquinha que inspira os mendigos mentirosos e repetidos, trabalhadores o cacete, 
muito pesado o fogo da podridão que atiça as nossas almas repletas do querer por uma bomba intensa que a maconha nostiva e nos cativa para a pura e mais sincera realidade terrestre, surreal e mental que cobre com o poder da cortesia de narrações da música possuída pelo sexo maduro e inexperiente tão quanto louco e inesperado, cazual homenageado ao aidético brotado por seringueiras que refletem nada mais do que o amor, simplesmente o amor, o amor, eu quero, eu posso, eu preciso, você precisa enaltecer nada mais que a glória do amor, da vida, do vento, do ar, da brisa, do cu, da boceta, do corpo, do caralho, disso tudo...

(por três cabeças, três corpos, três fumaças)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

sonho completo de realidade

Do espiritismo renascem forças de palavras fechadas e focadas nos centros
Prazeres secretos de delicados sonos perdidos por musicados roncos loiros e cheirosos
O alcoolismo de barrigas pobres e nojentas pedindo oxigênio ao peito

Clareza em sonhos amigos
Minhas dúvidas
Minha solidão
Meu perigo
Minha fumaça
Meu tempo
Meu destino
Meu eu precisando do eu

Drogados medos,  espantos e inacreditáveis intenções de tal voz
Peço proteção
Peço amor
Peço tempo


falta

A incessante falta de saber viver comigo perturba e cansa meus dias
Das tripas volta a falta de sangue para uma compreensão por números belos e tão hipócritas
De hipocrisia é que essa porra toda é feita
No lugar do amor, alagam de hipocrisia as ruas das relações, as ruas das opiniões, as ruas dos seres

E que esteja viva pelo menos a minha vontade de viver
E eu quero que morra essa falta de nada e falta de tudo
Essa falta de nem sei o que
Essa solidão que corre atrás de mim com tanta sede, 
e eu sacio-a, sempre, interminavelmente

Uma falta, uma carência, um olhar vago, 
faltam até palavras
falta conhecimento
falta saber desse mundo
das coisas do mundo
dos porquês do mundo
das aceitações do mundo - que conhecer se diferencie de aceitar
das mentes brilhantes
falta tanta coisa, 
falta tempo de vida talvez
sou tão pequena, 
e por favor, não se refira ao meu tamanho, 
se refira ao meu eu
ao meu conhecimento
ao que sou
à minha relação comigo mesma

Como um ponto que até pode trazer consigo alguma bomba prestes a explodir, mas tal explosão necessita de muito mais para que venha a ser efetiva, que venha a ser marcante, que venha a ser verdadeiramente viva

De repetições somos feitos, 
mas de repetições eu sou farta, 
estou prestes a vomitar esse museu de grandes novidades que aparece dentro de mim mesma, que aparece nos meus sentimentos, na minha mente, no meu corpo todo

Como será não existir?
Ouvi que essa nossa loucura é nada mais que a vontade e busca pela vida, por tudo o que está aí, é a vontade de engolir esse mundo, de mal mastigar, mas sentir o gosto, de gozar comendo, de nada mais que sentir, experimentar, comer, comer, comer. 
Acredito que seja. 
Meu desejo de suicídio é isso, somente isso, nada mais que isso, é vontade de sentir
E sentir morrendo?
Sim, sentir morrendo
Não tenho medo da minha morte
E nem da vida, se esta ousar tornar-se insuportável, eu chamo uma janela bem alta, grito e sinto o ar passando pelo meu corpo, voo, vivo no auge, no êxtase, para somente morrer.

Ah como sou sozinha, 
e o acompanhamento de uma voz me faz bem, uma voz exagerada, ideológica ou de boas novas, uma voz que transforma o tédio em poesia, uma voz, somente sua voz.



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A PROSA DA DUPLA LOUCURA

Quando pude por meses esperar um recado seu, uma notícia sua, enquanto em meus aposentos eu me flagelava pela esperança de um dia poder te ver, hoje te vejo, te admiro mais ainda, estou aflito na esperança agora de te tocar.


para além de meias bocas, o que vier, que seja toda a boca ou todo o
  choros de enrolados moinhos viajando pelo braço unhado e captado pelas lentes de valor e   intensidade tão pequenos quanto a imensidão do universo

eu me perdi entre as estações, olhei pro lado e... quando voltei, ali já estava um carvalho solidificado pelos tramas passados, ramificado na profundeza dessas consciências ludibriadas, na seiva o suor do asco misturado com a saliva do desejo alimentam a nostalgia do desprazer e antes do corte dilacerador do conhecimento, veja, já há marcas...

na madrugada de uma manhã, o olhar se prende ao caído e articulado som dos bips de marcas horrorosas e azuladas desejando o que raspados e investigados seriam incapazes de compreender
dos brilhos que surgem em olhares frios e talvez sonolentos, a sensibilidade de um leão enjaulado pelas próprias garras e atacado pelas próprias mordidas ferozes. Na solidão do animal, se esconde a autodestruição do humano

entre os intervalos de um simples respaldo de uma batida e outra, o suor avisa o eco do ardor e na exaustão o reflexo do dilúvio de emoções repentinas de um novo agora
boa em duplo sentido
um riso

sou fraca, em vários sentidos

um riso
é o que cobro pela minha existência
um simples sorriso
é a confirmação de que eu posso estar em você ou fazer parte de você, mudar você, completar você

admiração por versos se transformam em sorrisos

é dar significado a uma morada já não receptora
dar importância a suas experiências pessoais e repassadas com a intenção de florescer o bem e o amor e isso basta me dar um sorrisos

se um sorriso é cobrado pela existência, que ele cubra a solidão
cobrando a existência e CUbrindo a solidão

pois quando ti, a mim seu sorriso oferta,
ele me faz companhia na morada alegria e me tira da insatisfação da solidão

e o silêncio é completado pelo pensamento de olhos arregalados
das coçadas e pensadas palavras

e as covas da sapequice pelo gostar

e os alongamentos das tontices


é dar razão a nossa loucura
que dela vem a felicidade ou a simples existência


que tome o vivo e repele o isolado

da sustância as nossas virtudes e nutre a nossa imaginação dando lugar ao puro 
o brilho dos seus olhos iluminam meus pensamentos em busca de cativar seus lábios, 
floresce em mim o desejo de saciá-los, 
o seu cabelo parece clamar pelos meus carinhos,
mas são elas, as palavras, que me encantam

(por duas cabeças, dois corpos, duas loucuras)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Respostas à resposta da iniciação

Como a facilidade é tão obscura...
Temores de uma solidão de fecham nos auges dos peitos afagados e esperados
Finge uma boa aparição
Denoto o clamor de olhos tristes
Andanças lentas, niilistas ou apenas decepcionadas
Vagando pela chuva de braços secos e rostos molhados
Esbeltos e efêmeros sentimentos
A verdade chega como cai a neve de uma folha de bambu
A tristeza abstrai-se ao sólido tão abandonado
A calmaria se transforma em fuga do querer tão profundo

A espera por palavras nos ouvidos de noites ou dias pousados em sujas sacadas

Adormecendo no passado, esquecendo do que se desejava ao futuro

Com a solidão, vem também meu eu com meu eu cada vez mais conhecedores um do outro, ou nada conhecedores, mas amplamente companheiros, fiéis e aprendidos um com o outro.
Massagearei meus próprios pés e estarei na busca pela iluminação,
pelo poder da arte sem arte, 
por algo escorrendo de mim, de meus olhos e de todo o meu corpo, 
da verdade pairando no ar, 
da libertação do obscuro, 
da luz para os degraus da espiritualidade.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

UNIÃO DE PENSAMENTOS REPETIDOS

eu desejo que essas suas mentes pequenas sejam devoradas por algum bicho presente nas próprias genitais, por alguma selvageria escondidas atrás de suas orelhas mal lavadas, mas tão bonitas, carregando brincos caríssimos, que brilham mais que o próprio olhar. não deixe que o olhar seja ofuscado por essa horrorosa riqueza, aparência tão boa... 

hoje engulo o imperativo para conseguir uma voz não sei de onde, ontem fui tomada pelo imperativo para trazer força não sei de onde, amanhã espero parar com essa horrorosa terminação de superioridade tão bem sabida e tão desprezante

farei promessas, não te esconderei as verdades, vou desfazer as promessas por julgar maior a incapacidade de dizer pelo futuro

encontrarei um abrigo em algum peito aberto, ignorarei sua falta de vontade de mim
mandarei para o vento meus pensamentos

fazer por fazer, meu amor
fazer um show
fazer um amor
fazer um horror
fazer um terror
fazer um choror
fazer uma, duas ou três distorções

e as publicidades, parem de invadir a vida, parem de socarem suas letras atraentes nos olhos dos pequeninos diante seu capitalismo, diante sua ambição, diante sua porcalhada de dinheiro

vou pedir uma música, uma massagem, um poema, um sorriso, um beijo
só pra desperdiçar o meu mel
que seja doce o quanto precisar
que seja amargo o quanto quiser
que seja salgado o quanto movimentar
que seja azedo o quanto cansar
que seja respondido pelo gozo despercebido, ou pelo mau gosto sincero, ou pela indiferença também sincera
que seja sincero, somente isso, sincero

não vou prender o choro, não prendi a voz, não prendi minha risada, perdi o meu desejo por você, e como isso me faz bem, tão bem quanto a chupeta da criança quando trocada pelas palavras bem ditas

quero me desprender das expectativas, dos pensamentos rodeados dos seus olhares e sorrisos
quero me prender apenas ao que vier de você, o que vier, chegar, seja pelo amor, pelo ar, pela voz, pela respiração, pelo toque, pelo olhar, pelo sorriso, pela seriedade, mas principalmente pelo silêncio

às vezes te mostro o furacão do meu corpo, e às vezes você mostra o receio de uns números que alguns concebem como tão importantes

agora eu queria apresentar esse quanto mais não, quanto mais querer o sim
essa delícia que é a noite acordada
simplesmente acordada, e coberta de poesia
poesia ruim talvez, poesia boa mais talvez ainda
sem o bom ou ruim, eu só preciso dizer que te amo
e sem direcionar meu parceiro de conversa, o amor vai ao que estiver presente, possível, disponível, vivo

essa sua voz me faz perder o sono, e que eu seja você, que sejamos a mesma porra louquice, que sejamos tão pequenos e tão grandes, e mostremos algo a alguém, que transpiremos amor pelo exercício da vida, que os segredos venham, ou que fique escondido mas tão transparecido, como aqueles carinhos tão transbordantes, claros, mas incertos

De incerto, é que o mundo é rodeado, é do que o mundo é feito...

cobrir o vazio

Saiam as peles verdes de cogumelos mastigados pelos pobres e doentes
Briguem os poetas mortos e os racionais ativos das vozes ouvidas e aceitas
Joguem as paredes pela chuva de uma manhã da escuridão
Amoleçam os troços enrolados de um globo pessoal, no topo do ser
Caiam as fezes das patricinhas cheirosas tão podres interiormente
Iluda meus pensamentos com a ignorância que neles reina
Anoiteça os bichos amarelos de navalhas orelhudas e caretas
Desabe o fogo na indecisão carente
Águe os pisos empoeirados pela hipocrisia, mentira e falsidade
Acorde para as árvores sinceras que jorram sorrisos à tensão 
Sorria para o presente
Acabe o que o começo nem mesmo sabia exteriorizar
Coloque o bloco morfético do saber no vazio do meu ser
Ou apenas me olhe com um sorriso
E me beije de olhos abertos

domingo, 15 de janeiro de 2012

conselhos próprios vagados ao nascer do dia


Aos 17 tempos contados por tabelas de números desordenadamente ordenados, sai o dragão da toca, o sufoco de olhos inchados mal dormidos, as respirações pelo cu, a selvageria das imaginações, ou mais uma simples crise existencial.

Quero logo avistar Argentina tão vivida e mal comida pelos filhos da puta monotonia e regramento, dos que só veem as placas dos bancos e não notam esse belo movimento das nuvens.

Levo o que me importa, presentes sinceros, a Tarsila para um bom angu desses crepúsculos, os pensamentos musicados tão inteligentes, o círculo para fingir capturar olhares de maneira tão falseada, o instrumento da poesia ou dos pensamentos anotados e algumas gotas de chuva para unir-se às lágrimas lavadoras da alma.

Ah menina, como é esquisito o que te rodeia, e meus despudorados olhares cobrem essa esquisitice como um manto de salvação. 

Então brinque com seus sentimentos até viver o fim, até cansar de sofrer, curtindo essa vontade de ver, mova as árvores dessa alma tão grande nesse corpo tão pequeno. 
Se proteja do mesquinho.  
Fuja da aceitação superficial. 
Se abra ao amor. 
Transpareça o sentimento. 
Sem medo da dor da decepção, dessa sua ingenuidade, sem medo da entrega sincera. 
Só aceite o que for verdadeiro.
 Digo a você com o custo do seu interior, das várias meninas, molecas e mulheres existentes aí dentro. 
Ouça a profundidade desse silêncio macio e misterioso, pense no que conforta, nesse menino tão homem e tão tomado pelo brilho, dessa força magnética dos olhos e bocas do ator, das palavras que duvidam, da incerteza da crença, da falta de seu conhecimento, das ligações vindas do interior desejo de ouvir respirações, ou da vontade do sexo dito por corações preocupados que colocam suas mãos, olhos, ouvidos e bocas em mim, que me amam ou só se preocupam, que riem ou torcem fora das desbocadas verdades. 
Só quero a sorte um amor tranquilo, deixem-me buscá-lo, nem que rios de desilusão e quebrações, choros e sofrimentos me engulam. Deixem a chuva cair sobre mim e o pavão casado, ela traz a verdade, a natureza da água, do choro e dos desabafos. A amizade não pode também fazer parte de nós? Se não sabemos lidar com ela, que a maturidade nos ajude a conviver. 
Fuja do distanciamento dragão, aproxime-se da verdade. 
Agradeça por essa vida, por esses espíritos bons engolidos nas gentes, tenha Deus, seu Deus e sua eterna misteriosa e incerta crença firme como proteção dos vampiros da vida chata, morta, regrada e aparente.
 Adoeça por viver.
Morra por viver.