domingo, 16 de agosto de 2015

Ela encontrou dentro de si uma chefe de cozinha sem nome. 
Alguns chamam de Euobservador, outros de Consciência, 
tem até quem chame de (D)eus, 
mas certo alguém soube realmente apelidá-la: Mãe Interna.
A tal chefe quis caprichar na generosidade. 
Fez um novo prato tão cheio e tão apetitoso de tão feio.
Colocou na comida já requentada o cubo de gelo da preguiça,
o cru da gula, o doce tão doce da luxúria, o azedo do orgulho,
o picante da ira, o amargo da inveja, o apodrecido da avareza,
o salitre do medo.
Tanta comida nada orgânica,
era nossa transgênica mentira.
A menina se deixou sentir
o gosto de cada comida feia
antes embalada pela rótulo de proibido.
Mas chefe que é chefe capricha no tempero.
E esse tinha o poder de deixar todo o ruim
com sabor de liberdade no instante mastigado.
Até que começou a caganeira dos sentimentos negados
Ela chorava na privada como uma criança ferida.
E pro sangue levava nutrientes de amor sincero.
Descobriu que o nome daquele tempero era Aceitação.
Por que é tempo de uma gratidão tão palpável quanto digestão.


06/08/2015

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