Ela encontrou dentro de si uma chefe de cozinha sem nome.
Alguns chamam de Euobservador, outros de Consciência,
tem até quem chame de (D)eus,
mas certo alguém soube realmente apelidá-la: Mãe Interna.
A tal chefe quis caprichar na generosidade.
Fez um novo prato tão cheio e tão apetitoso de tão feio.
Colocou na comida já requentada o cubo de gelo da preguiça,
o cru da gula, o doce tão doce da luxúria, o azedo do orgulho,
o picante da ira, o amargo da inveja, o apodrecido da avareza,
o salitre do medo.
Tanta comida nada orgânica,
era nossa transgênica mentira.
A menina se deixou sentir
o gosto de cada comida feia
antes embalada pela rótulo de proibido.
Mas chefe que é chefe capricha no tempero.
E esse tinha o poder de deixar todo o ruim
com sabor de liberdade no instante mastigado.
Até que começou a caganeira dos sentimentos negados
Ela chorava na privada como uma criança ferida.
E pro sangue levava nutrientes de amor sincero.
Descobriu que o nome daquele tempero era Aceitação.
Por que é tempo de uma gratidão tão palpável quanto digestão.
06/08/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário